QUAL O PREÇO DA GRAÇA DE JESUS CRISTO – George R. Foster – Parte Final

Qual é a nossa atitude diante da Graça de Deus?

 Se uma das faces de uma moeda se chamasse “graça” a outra necessariamente teria de chamar “responsabilidade”. A graça de Deus nos alcança apesar de sermos indiferentes a ela, e nos chama a nos tornar pessoas com uma responsabilidade diante de Deus, seu povo e do mundo.

 Como objeto da graça de Deus, a única atitude certa que devemos ter para com ela é entregar nossa vida inteiramente a Jesus Cristo, por cuja morte temos acesso a vida eterna. E ao fazermos essa entrega a Deus, devemos lembrar-nos de que não fomos nós que tomamos a iniciativa nesse processo, estamos apenas correspondendo ao que Ele já fez. O poeta que escreveu o hino que segue certamente compreendeu isso muito bem: “Busquei o Senhor e só depois entendi: Buscando-me, ele inspira minha alma a buscá-lo,

Não fui eu quem te encontrou, Ó Salvador fiel,

Não, fui achado por ti”.

 É o Espírito Santo que nos chama, nos convence do pecado e nos leva à graça de Deus. E a Graça Divina não apenas nos pede um ato de entrega pessoal; ela também nos capacita fazer essa entrega. Embora nós a recebamos sem praticar obras de justiça, ela nos conclama e nos inspira a realizar as boas obras que Deus preparou para nós.

9 …não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas. (Ef 2. 9, 10).

 Infelizmente, a palavra “responsabilidade” contém em si uma ideia de peso, de dever e até de opressão. O escritor Garrison Keillor faz uma pilhéria com a Igreja Católica, situando-a numa cidade imaginária que ele denomina ” Lago Desditoso”, e chama essa Igreja de Nossa Senhora da Perpétua a Responsabilidade. Esse nome parece expressar a imagem que muitas pessoas têm de Deus, da igreja e da religião: o incômodo e desagradável senso de obrigação.

Seria melhor se nosso conceito de responsabilidade fosse como sugere Daivid Seamands: a habilidade de corresponder. A graça não é apenas um favor divino, mas também o poder de Deus para cumprirmos nossa responsabilidade, nossa missão.

 Devido a a crueldade com que Paulo perseguia os cristãos, ele próprio se intitulou “o menor dos apóstolos”, não se julgando digno de ser chamado por esse nome. Contudo depois diz:

Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus que está comigo (1Co 15.10).

Ninguém tem dúvida de que Paulo se consagrou inteiramente à Deus, mas quando ele pedia a outros que também se dedicassem ao Senhor, fazia-o com base em algum aspecto do caráter de Deus manifesto pela sua graça.

“O amor de Cristo nos constrange… Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus…” (2Co 5.14; Rm 12.1).

 A graça, o amor e a misericórdia de Deus “pedem” uma resposta de nossa parte: uma entrega pessoal completa, nosso amor e serviço sacrificial. Uma das melhores definições de como deve ser a resposta do crente à graça de Deus é a que foi dada por C. T. Studd:

” Se Jesus Cristo, sendo Deus, morreu por mim, então não existe nenhum sacrifício, por maior que seja, que eu não possa fazer por ele”.

 É verdade: nenhum sacrifício.

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